Sustentabilidade e Montado Encontrar o equilíbrio

As florestas de sobreiro, denominadas de Montado, são embaixadores da sustentabilidade e uma força motriz do desenvolvimento sustentável. Têm um papel determinante no equilíbrio ecológico do planeta, combatem as alterações climáticas e a desertificação e protegem a biodiversidade.

Mais de 200 espécies de animais e 135 espécies de plantas, encontram no Montado o seu habitat natural. Porque apresenta essa riqueza e diversidade biológica, mas é também extremamente vulnerável, o Montado é um dos 36 hotspots mundiais de biodiversidade, equiparado à Amazónia e à Savana Africana.

Na Bacia do Mediterrâneo, as florestas de sobreiro estendem-se por uma área de mais de 2,2 milhões de hectares. Por isso, são consideradas um pulmão para esta região. São cruciais para manter um equilíbrio ecológico frágil, e desempenham um papel decisivo na criação de uma paisagem social, económica e cultural única.

Com 34% da área mundial de floresta de sobro

Portugal é responsável por cerca de 55% da produção mundial de cortiça. Permitindo que as pessoas vivam da terra - o WWF estima que cerca de 100 mil pessoas na Europa do Sul e no Norte de África dependem, direta ou indiretamente desta floresta - os montados são um importante pilar socioeconómico, e um dos melhores exemplos do equilíbrio entre a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.

Este ecossistema é interdependente da ação humana: inúmeras atividades agrícolas, florestais e económicas, da pecuária à indústria da cortiça e ao setor do vinho, baseiam-se na cultura do sobreiro. O descortiçamento, uma das atividades agrícolas mais bem pagas do mundo, é ao mesmo tempo um legado cultural único, transmitido de geração em geração, e uma atividade económica estratégica nesta região do mundo.

A árvore mais generosa do mundo

No coração desta floresta está uma árvore milenar, conhecida pela sua resiliência e capacidade de adaptação extraordinárias. Uma das árvores mais generosas do mundo, é evidente que “nenhuma outra árvore deu tanto, exigindo tão pouco”.

Com um sistema de raízes bem desenvolvido, folhagem perene e um tronco robusto protegido por uma camada de cortiça, os sobreiros estão perfeitamente adaptados ao clima quente e aos solos áridos da Bacia do Mediterrâneo. Na verdade, ao promoverem a infiltração da água das chuvas e ao prevenirem a erosão dos solos, os sobreiros têm um papel fundamental na regulação dos ciclos hidrológicos e no combate à desertificação, tão importantes nesta região.

As florestas de sobreiro dão um importante contributo à qualidade do ar que respiramos e ao futuro do planeta, travando as alterações climáticas. Um sobreiro pode viver até aos 200 anos e ao longo da sua vida, retém quantidades maciças de CO2, contribuindo para a redução de gases de efeito estufa, a principal causa das alterações climáticas.

Cada ano, as florestas de sobro retêm 14 milhões de CO2 e esta capacidade estende-se aos produtos de cortiça, incluindo as rolhas, que prolongam esta função. Mas não é tudo. Durante o processo de autorregeneração que sucede ao descortiçamento, a capacidade de absorção de CO2 da árvore aumenta cinco vezes.  Depois de extraída a cortiça, a árvore protege ainda mais o ambiente.

Em Portugal, país que tem a maior área de floresta de sobro do mundo, o Montado é protegido por lei desde o século XIII

O sobreiro é tão querido e respeitado que em 2011 foi unanimemente declarado Árvore Nacional pela Assembleia da República. Em 2018, o imponente Assobiador, o maior e mais antigo sobreiro do mundo, foi eleito European Tree of the Year.

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